Hana Horka, cantora do grupo tcheco Asonance, era contra a
vacinação anticovid. Por isso, resolveu se contaminar deliberadamente e obter o
passaporte de vacinação.
Hana Horka, cantora do grupo tcheco Asonance, era contra a
vacinação anticovid. Por isso, resolveu se contaminar deliberadamente e obter o
passaporte de vacinação. Ela faleceu no último domingo (16), aos 57 anos, por
complicações relacionadas à doença, anunciou sua família na segunda-feira (17).
Em entrevista à rádio pública tcheca iRozhlas, o filho da
cantora, Jan Rek, confirmou que a mãe era antivacina. Ele e o pai estavam
completamente imunizados contra a Covid-19, mas contraíram a doença no final do
ano passado.
"Ela preferiu viver normalmente conosco e pegar a
doença para não ter que se vacinar. É triste que ela quis mais acreditar em
estranhos do que em sua própria família", afirmou o filho.
Nas redes sociais, a artista, que integrava uma das bandas
de folk mais antigas da República Tcheca, chegou a comemorar a contaminação.
"Estou muito feliz porque, desta forma, poderei ter uma 'vida livre' como
os outros, ir ao cinema, tirar férias, ir à sauna, ao teatro", escreveu
quando soube que estava infectada. Em novembro de 2021, um austríaco também foi
a uma festa para pegar Covid-19 de propósito e morreu.
Sua atitude era elogiada por muitos de seus fãs e amigos que também expressaram o desejo de pegar Covid.
Dois dias antes de sua morte, a artista voltou a compartilhar informações sobre seu estado de saúde nas redes sociais, afirmando estar emocionada por ter vencido a doença. Hana também afirmou que, para comemorar, faria uma viagem "urgente" a uma praia.
No entanto, dois dias antes de morrer, a cantora começou a
ter complicações. Segundo o filho, ela voltou de uma caminhada sentindo muitas
dores nas costas e morreu por sufocamento em sua cama.
Filho responsabiliza movimento antivacina
Jan está convencido que militantes antivacinas da República Tcheca são os principais responsáveis pela morte da mãe. Em um post no Facebook, ele culpa diretamente o ator Jaroslav Dušek e a bióloga Soňa Peková, representantes deste polêmico movimento, de "ter sangue em suas mãos". Hana compartilhava frequentemente posts destas duas figuras contra os imunizantes anticovid.
Jan também contou que ele e o pai tentaram incansavelmente
convencer a cantora a se vacinar, em vão. Ele espera que, ao dividir a trágica
história sobre a morte de sua mãe, poderá esclarecer sobre a importância de
ouvir especialistas e confiar em dados seguros sobre a vacinação.
"Minha mãe não foi apenas alvo de uma desinformação
total, mas também acreditava em opiniões sobre a imunidade natural e anticorpos
que criaria quando pegasse a doença", explicou.
A República Tcheca enfrenta atualmente uma nova onda da
Covid-19, impulsionada pela variante ômicron. Na segunda-feira (17), 20 mil
novos casos foram registrados neste país do leste europeu com 10,7 milhões de
habitantes.
Segundo dados do governo tcheco, 63% da população está
completamente vacinada contra a Covid-19, índice abaixo da média da Europa.
Apenas 31% das pessoas elegíveis receberam a terceira dose do imunizante.